Fraqueza muscular e obesidade abdominal podem elevar em 85% o risco de morte por doença cardiovascular, aponta estudo

Pesquisadores explicam que a obesidade abdominal dinapênica (combinação da obesidade abdominal e fraqueza muscular) faz com que a gordura gere uma inflamação crônica, prejudicando o metabolismo e aumentando os riscos dessas doenças. Fraqueza muscular e obesidade abdominal podem elevar em 85% o risco de morte por doença cardiovascular Pixabay A associação da obesidade abdominal com a fraqueza muscular pode aumentar em 85% o risco de morte por doenças cardiovasculares em pessoas com mais de 50 anos. É o que aponta um artigo feito pela Universidade de São Carlos (UFSCar) e a College London publicado na revista Age and Ageing. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores acompanharam durante oito anos 7.030 participantes do English Longitudinal Study of Ageing (Estudo ELSA) com 50 anos ou mais. "A fraqueza muscular em si aumenta em 62% o risco de morte por doença cardiovascular. Curiosamente, pessoas analisadas que tinham apenas gordura abdominal não apresentaram aumento significativo no risco de morte cardiovascular", analisa Tiago da Silva Alexandre, professor do departamento de gerontologia da UFSCar e autor do estudo apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Segundo o artigo, a obesidade abdominal dinapênica, que é a combinação da obesidade abdominal e fraqueza muscular, faz com que a gordura gere uma inflamação crônica, prejudicando o metabolismo e aumentando os riscos dessas doenças. No entanto, ainda não se sabe o que vem antes: a obesidade ou a fraqueza. O diagnóstico de obesidade abdominal dinapênica foi feito com base na circunferência da cintura maior que 102 centímetros para homens e maior que 88 centímetros para mulheres. Já a fraqueza muscular foi medida usando como referência a força da mão - menor que 26 quilos para homens e menor que 16 quilos para mulheres. "Mostramos que a questão não é só a quantidade de gordura, mas sim a quantidade de gordura e a condição desse músculo ser capaz de gerar força. Pois, quando está com gordura infiltrada, ele já enfraqueceu e isso gera uma tempestade perfeita para o aumento de risco de morte cardiovascular", afirma Alexandre. O estudo também serve de alerta, segundo o pesquisador, já que a obesidade abdominal dinapênica é reversível e pode ser tratada com treinamento aeróbio, exercício de ganho de força muscular e alimentação adequada. LEIA TAMBÉM: Fluoxetina emagrece? Remédio não é indicado contra obesidade Ozempic: entenda como as canetas agem no corpo (e seus riscos) Mudanças nos hábitos podem ajudar na perda de peso

Fraqueza muscular e obesidade abdominal podem elevar em 85% o risco de morte por doença cardiovascular, aponta estudo

Pesquisadores explicam que a obesidade abdominal dinapênica (combinação da obesidade abdominal e fraqueza muscular) faz com que a gordura gere uma inflamação crônica, prejudicando o metabolismo e aumentando os riscos dessas doenças. Fraqueza muscular e obesidade abdominal podem elevar em 85% o risco de morte por doença cardiovascular Pixabay A associação da obesidade abdominal com a fraqueza muscular pode aumentar em 85% o risco de morte por doenças cardiovasculares em pessoas com mais de 50 anos. É o que aponta um artigo feito pela Universidade de São Carlos (UFSCar) e a College London publicado na revista Age and Ageing. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores acompanharam durante oito anos 7.030 participantes do English Longitudinal Study of Ageing (Estudo ELSA) com 50 anos ou mais. "A fraqueza muscular em si aumenta em 62% o risco de morte por doença cardiovascular. Curiosamente, pessoas analisadas que tinham apenas gordura abdominal não apresentaram aumento significativo no risco de morte cardiovascular", analisa Tiago da Silva Alexandre, professor do departamento de gerontologia da UFSCar e autor do estudo apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Segundo o artigo, a obesidade abdominal dinapênica, que é a combinação da obesidade abdominal e fraqueza muscular, faz com que a gordura gere uma inflamação crônica, prejudicando o metabolismo e aumentando os riscos dessas doenças. No entanto, ainda não se sabe o que vem antes: a obesidade ou a fraqueza. O diagnóstico de obesidade abdominal dinapênica foi feito com base na circunferência da cintura maior que 102 centímetros para homens e maior que 88 centímetros para mulheres. Já a fraqueza muscular foi medida usando como referência a força da mão - menor que 26 quilos para homens e menor que 16 quilos para mulheres. "Mostramos que a questão não é só a quantidade de gordura, mas sim a quantidade de gordura e a condição desse músculo ser capaz de gerar força. Pois, quando está com gordura infiltrada, ele já enfraqueceu e isso gera uma tempestade perfeita para o aumento de risco de morte cardiovascular", afirma Alexandre. O estudo também serve de alerta, segundo o pesquisador, já que a obesidade abdominal dinapênica é reversível e pode ser tratada com treinamento aeróbio, exercício de ganho de força muscular e alimentação adequada. LEIA TAMBÉM: Fluoxetina emagrece? Remédio não é indicado contra obesidade Ozempic: entenda como as canetas agem no corpo (e seus riscos) Mudanças nos hábitos podem ajudar na perda de peso