Alvos de operação que investiga tentativa de golpe já foram citados em inquéritos e CPI; relembre

Investigação da Polícia Federal é fruto da delação do tenente-coronel Mauro Cid. Saiba quem são os alvos da operação sobre tentativa de golpe em 2022 Alguns alvos da operação da Polícia Federal que investiga tentativa de golpe de Estado, deflagrada nesta quinta-feira (8), já apareceram em outros inquéritos e também na CPI do atos golpistas (citados ou como investigados ou indiciados). Chamada de operação "Tempus Veritatis" (hora da verdade, em tradução do latim), a investigação é fruto da delação do tenente-coronel Mauro Cid. Ao todo, foram 33 mandados de busca, 4 prisões preventivas e 48 medidas cautelares, como suspensão do exercício da função pública e entrega de passaportes. A seguir, veja quem são os alvos da operação desta quinta-feira (8) já apareceram em outros inquéritos e na CPI do atos golpistas: General Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil - Em outubro de 2023, a relatora da CPI dos Atos Golpistas, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), pediu o indiciamento de 61 pessoas, entre civis e militares. Apesar do pedido de indiciamento, a PGR (Procuradoria-Geral da República) ainda analisa o material e ninguém foi denunciado até o momento. General Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) - Em outubro de 2023, a relatora da CPI dos Atos Golpistas, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), pediu o indiciamento de 61 pessoas, entre civis e militares. Apesar do pedido de indiciamento, a PGR (Procuradoria-Geral da República) ainda analisa o material e ninguém foi denunciado até o momento. Na época da CPI, quando convocado para depor, Heleno disse não ter relação com nenhum dos eventos investigados pela CPI. Questionado pela relatora, disse que era fantasia achar que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro participava de reuniões com comandantes das Forças Armadas. General Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa - Em outubro de 2023, a relatora da CPI dos Atos Golpistas, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), pediu o indiciamento de 61 pessoas, entre civis e militares. Apesar do pedido de indiciamento, a PGR (Procuradoria-Geral da República) ainda analisa o material e ninguém foi denunciado até o momento. Almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha - foi citado em delação de Mauro Cid no ano passado. O almirante, que comandou a Marinha na segunda metade do governo de Bolsonaro, segundo Cid, seria simpático a um golpe de Estado e teria dito a Bolsonaro "que sua tropa estaria pronta para aderir a um chamamento do então presidente". Anderson Torres, delegado da PF e ex-ministro da Justiça - ficou quatro meses preso por suposta omissão nos atos golpistas do dia 8 de janeiro. O Ministério Público Federal (MPF) arquivou inquérito que apurava a responsabilidade de Torres durante os ataques às sedes dos Três Poderes, em decisão relacionada à investigação por improbidade administrativa. Os advogados de Torres já vinham pedindo na Justiça a soltura do ex-ministro, alegando que a prisão preventiva não se justificava e que ele estava com agravamento das condições de saúde mental na prisão. Torres ainda é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito que apura a responsabilidade de autoridades pelos atos golpistas do dia 8 de janeiro. Essa investigação é criminal, diferente do arquivamento do MPF, que ocorre na esfera civil. Ele nega as acusações. Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido de Bolsonaro - foi preso em dezembro de 2013, após ter sido condenado a sete anos e dez meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele havia sido condenado no processo do mensalão do PT. Em 2016, Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal, concedeu perdão da pena e determinou a expedição de alvará de soltura. Em 2017, Valdemar foi alvo de um inquérito aberto pelo STF porque, de acordo com delatores da Odebrecht, seu grupo teria cobrado propina para garantir à empreiteira a execução de uma obra. Na época, a assessoria de Valdemar disseque o Partido da República [como antes o PL era chamado], tinha por norma "não comentar conteúdos que serão objeto de exame do poder Judiciário." Tercio Arnoud Thomaz, ex-assessor de Bolsonaro - Em 2020, uma investigação sobre contas falsas removidas pelo Facebook ligadas a Bolsonaro apontou Tercio como administrador de alguns dos perfis que divulgavam fake news. Ele trabalhava no Palácio do Planalto. Procurado pelo g1 na época, o Planalto não se manifestou até a publicação da reportagem. O Jornal Nacional também procurou Tércio, mas não obteve resposta. Ailton Barros, coronel reformado do Exército - No ano passado, foi preso acusado de intermediar inserção de dados ilegal no cartão de vacinação da Covid. No depoimento à PF ao ser preso, disse que estava sozinho e que não necessitaria de advogados. Também já foi investigado por suposto acordo com o tráfico e expulso do Exército após punições disciplinares Amauri Feres Saad, advogado - foi citado na CPI dos Atos Golpistas como "mentor intelect

Alvos de operação que investiga tentativa de golpe já foram citados em inquéritos e CPI; relembre
Investigação da Polícia Federal é fruto da delação do tenente-coronel Mauro Cid. Saiba quem são os alvos da operação sobre tentativa de golpe em 2022 Alguns alvos da operação da Polícia Federal que investiga tentativa de golpe de Estado, deflagrada nesta quinta-feira (8), já apareceram em outros inquéritos e também na CPI do atos golpistas (citados ou como investigados ou indiciados). Chamada de operação "Tempus Veritatis" (hora da verdade, em tradução do latim), a investigação é fruto da delação do tenente-coronel Mauro Cid. Ao todo, foram 33 mandados de busca, 4 prisões preventivas e 48 medidas cautelares, como suspensão do exercício da função pública e entrega de passaportes. A seguir, veja quem são os alvos da operação desta quinta-feira (8) já apareceram em outros inquéritos e na CPI do atos golpistas: General Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil - Em outubro de 2023, a relatora da CPI dos Atos Golpistas, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), pediu o indiciamento de 61 pessoas, entre civis e militares. Apesar do pedido de indiciamento, a PGR (Procuradoria-Geral da República) ainda analisa o material e ninguém foi denunciado até o momento. General Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) - Em outubro de 2023, a relatora da CPI dos Atos Golpistas, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), pediu o indiciamento de 61 pessoas, entre civis e militares. Apesar do pedido de indiciamento, a PGR (Procuradoria-Geral da República) ainda analisa o material e ninguém foi denunciado até o momento. Na época da CPI, quando convocado para depor, Heleno disse não ter relação com nenhum dos eventos investigados pela CPI. Questionado pela relatora, disse que era fantasia achar que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro participava de reuniões com comandantes das Forças Armadas. General Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa - Em outubro de 2023, a relatora da CPI dos Atos Golpistas, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), pediu o indiciamento de 61 pessoas, entre civis e militares. Apesar do pedido de indiciamento, a PGR (Procuradoria-Geral da República) ainda analisa o material e ninguém foi denunciado até o momento. Almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha - foi citado em delação de Mauro Cid no ano passado. O almirante, que comandou a Marinha na segunda metade do governo de Bolsonaro, segundo Cid, seria simpático a um golpe de Estado e teria dito a Bolsonaro "que sua tropa estaria pronta para aderir a um chamamento do então presidente". Anderson Torres, delegado da PF e ex-ministro da Justiça - ficou quatro meses preso por suposta omissão nos atos golpistas do dia 8 de janeiro. O Ministério Público Federal (MPF) arquivou inquérito que apurava a responsabilidade de Torres durante os ataques às sedes dos Três Poderes, em decisão relacionada à investigação por improbidade administrativa. Os advogados de Torres já vinham pedindo na Justiça a soltura do ex-ministro, alegando que a prisão preventiva não se justificava e que ele estava com agravamento das condições de saúde mental na prisão. Torres ainda é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito que apura a responsabilidade de autoridades pelos atos golpistas do dia 8 de janeiro. Essa investigação é criminal, diferente do arquivamento do MPF, que ocorre na esfera civil. Ele nega as acusações. Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido de Bolsonaro - foi preso em dezembro de 2013, após ter sido condenado a sete anos e dez meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele havia sido condenado no processo do mensalão do PT. Em 2016, Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal, concedeu perdão da pena e determinou a expedição de alvará de soltura. Em 2017, Valdemar foi alvo de um inquérito aberto pelo STF porque, de acordo com delatores da Odebrecht, seu grupo teria cobrado propina para garantir à empreiteira a execução de uma obra. Na época, a assessoria de Valdemar disseque o Partido da República [como antes o PL era chamado], tinha por norma "não comentar conteúdos que serão objeto de exame do poder Judiciário." Tercio Arnoud Thomaz, ex-assessor de Bolsonaro - Em 2020, uma investigação sobre contas falsas removidas pelo Facebook ligadas a Bolsonaro apontou Tercio como administrador de alguns dos perfis que divulgavam fake news. Ele trabalhava no Palácio do Planalto. Procurado pelo g1 na época, o Planalto não se manifestou até a publicação da reportagem. O Jornal Nacional também procurou Tércio, mas não obteve resposta. Ailton Barros, coronel reformado do Exército - No ano passado, foi preso acusado de intermediar inserção de dados ilegal no cartão de vacinação da Covid. No depoimento à PF ao ser preso, disse que estava sozinho e que não necessitaria de advogados. Também já foi investigado por suposto acordo com o tráfico e expulso do Exército após punições disciplinares Amauri Feres Saad, advogado - foi citado na CPI dos Atos Golpistas como "mentor intelectual" da minuta do golpe encontrada com Anderson Torres. Segundo as apurações da CPI, Amauri teria dado assessoria jurídica a Filipe Martins na elaboração da minuta. Na época, o g1 tentou contato com Amauri, mas não obteve resposta até a publicação da reportagem. Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro - Em março de 2021, a Polícia do Senado concluiu que Martins cometeu crime de preconceito em uma audiência da Casa em março daquele ano. O inquérito investigou a conduta de Martins durante uma audiência no Senado. Na época, Filipe disse que estava ajeitando o terno. Já a defesa dele disse que os esclarecimentos já haviam sido prestados e que aguardava o arquivamento da investigação. Marcelo Câmara, coronel do Exército - citado em investigações como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família do ex-presidente. A Reportagem não conseguiu contato com a defesa dele na época.