‘Negacionista raiz’ republicano presidirá a Câmara dos EUA
A escolha do obscuro Mike Johnson, que contestou o resultado eleitoral de 2020, reforça o triunfo da ala radical e a influência de Trump sobre o partido. Deputado republicano Mike Johnson discursa após ser eleito presidente da Câmara dos EUA em 24 de outubro de 2023 Jose Luis Magana/AP A eleição de um “negacionista raiz” — das eleições de 2020, dos efeitos das mudanças climáticas, do direito ao aborto e da defesa dos grupos LGBTQIA+ — representou o triunfo da ala radical dos republicanos na Câmara dos EUA. Após três tentativas fracassadas, a ala da extrema direita, ligada ao ex-presidente Donald Trump, escolheram o conservador linha-dura Mike Johnson como presidente da Câmara, o segundo lugar na linha de sucessão presidencial. O tópico mais notório na biografia do novato congressista de Louisiana é o de aliado próximo do ex-presidente americano, a quem serviu como assistente de defesa durante os dois julgamentos de impeachment no Senado. Ele participou ativamente dos esforços para anular os resultados das eleições presidenciais, que deram a vitória a Joe Biden e foi um dos147 legisladores republicanos que votaram pela anulação do pleito. Seu apelido? “MAGA Mike", em alusão à sigla em inglês de “Faça a América Grande Novamente”, o slogan que popularizou a campanha de Trump em 2016 e perpetuou-se como a marca de fidelidade de seguidores extremistas a ele. Câmara dos Deputados dos EUA em foto de 20 de outubro de 2023 Jonathan Ernst/REUTERS A eleição de Johnson para ocupar o terceiro cargo mais importante na hierarquia política dos EUA supostamente põe fim a três semanas desgastantes em que a Câmara esteve mergulhada no limbo pela ausência de liderança no partido majoritário. Os republicanos tentaram inutilmente emplacar os congressistas Steve Scalise, Jim Jordan e Tom Emmer para substituir Kevin McCarthy, defenestrado pela ala radical. O impasse e o caos reforçaram a influência que Trump exerce sobre o partido, como claro favorito a obter a indicação republicana para concorrer às eleições do próximo ano. A escolha do novo presidente da Câmara traz alívio ao partido, mas afirmar que Johnson vai unificá-lo é prematuro e soa até como ingenuidade. Ele é um congressista obscuro, que chegou à Câmara em 2017, como opositor ferrenho do direito ao aborto, ao casamento entre pessoas de mesmo sexo e às questões de gênero. Seu primeiro desafio é trabalhar para evitar a paralisação do governo. O prazo para manter o financiamento se esgota no dia 17 de novembro. Até lá, ele precisa primeiro aplacar a ira de seus correligionários radicais.
A escolha do obscuro Mike Johnson, que contestou o resultado eleitoral de 2020, reforça o triunfo da ala radical e a influência de Trump sobre o partido. Deputado republicano Mike Johnson discursa após ser eleito presidente da Câmara dos EUA em 24 de outubro de 2023 Jose Luis Magana/AP A eleição de um “negacionista raiz” — das eleições de 2020, dos efeitos das mudanças climáticas, do direito ao aborto e da defesa dos grupos LGBTQIA+ — representou o triunfo da ala radical dos republicanos na Câmara dos EUA. Após três tentativas fracassadas, a ala da extrema direita, ligada ao ex-presidente Donald Trump, escolheram o conservador linha-dura Mike Johnson como presidente da Câmara, o segundo lugar na linha de sucessão presidencial. O tópico mais notório na biografia do novato congressista de Louisiana é o de aliado próximo do ex-presidente americano, a quem serviu como assistente de defesa durante os dois julgamentos de impeachment no Senado. Ele participou ativamente dos esforços para anular os resultados das eleições presidenciais, que deram a vitória a Joe Biden e foi um dos147 legisladores republicanos que votaram pela anulação do pleito. Seu apelido? “MAGA Mike", em alusão à sigla em inglês de “Faça a América Grande Novamente”, o slogan que popularizou a campanha de Trump em 2016 e perpetuou-se como a marca de fidelidade de seguidores extremistas a ele. Câmara dos Deputados dos EUA em foto de 20 de outubro de 2023 Jonathan Ernst/REUTERS A eleição de Johnson para ocupar o terceiro cargo mais importante na hierarquia política dos EUA supostamente põe fim a três semanas desgastantes em que a Câmara esteve mergulhada no limbo pela ausência de liderança no partido majoritário. Os republicanos tentaram inutilmente emplacar os congressistas Steve Scalise, Jim Jordan e Tom Emmer para substituir Kevin McCarthy, defenestrado pela ala radical. O impasse e o caos reforçaram a influência que Trump exerce sobre o partido, como claro favorito a obter a indicação republicana para concorrer às eleições do próximo ano. A escolha do novo presidente da Câmara traz alívio ao partido, mas afirmar que Johnson vai unificá-lo é prematuro e soa até como ingenuidade. Ele é um congressista obscuro, que chegou à Câmara em 2017, como opositor ferrenho do direito ao aborto, ao casamento entre pessoas de mesmo sexo e às questões de gênero. Seu primeiro desafio é trabalhar para evitar a paralisação do governo. O prazo para manter o financiamento se esgota no dia 17 de novembro. Até lá, ele precisa primeiro aplacar a ira de seus correligionários radicais.