Médica infectologista orienta sobre sintomas e diagnóstico da malária
Alto Tietê teve dois casos confirmados da doença em dezembro. Clarissa Madruga, infectologista e professora de Medicina do Centro Universitário Unipê, explica como a doença se desenvolve no paciente diagnosticado. Dois residentes do Alto Tietê contraem malária O Parque Estadual da Serra do Mar, que possui trechos em cidades do Alto Tietê, faz parte do corredor de arboviroses. Possivelmente, os dois moradores da região que tiveram casos confirmados de malária em dezembro, um de Mogi das Cruzes e o outro de Suzano, contraíram a doença após passarem pelo local. ✅ Clique para seguir o canal do g1 Mogi das Cruzes e Suzano no WhatsApp No verão, muitas pessoas recorrem às cachoeiras da serra do mar, mesmo sendo proibido entrar no local. Clarissa Madruga, infectologista e professora de Medicina do Centro Universitário Unipê, orienta sobre os principais sintomas e o diagnóstico da doença. Dois casos de malária são confirmados no Alto Tietê Nove países devem se livrar da malária em 2020 Getty Images O que é malária? Madruga explica que a malária é uma arbovirose, ou seja, doenças causadas por vírus transmitidos, principalmente, por mosquitos. Por isso, ainda segundo a infectologista, o desmatamento e entrada em regiões de mata que não devem ser acessadas é uma das causas do surgimento de casos de malária. “A malária é transmitida pela picada de um inseto que costuma habitar em áreas de mata ou em áreas de mata próximo a residências que foram recém construídas em mata recém desmatada. Então, nessas áreas de mata fechada, onde têm essas cachoeiras, é muito comum haver o mosquito transmissor da malária. E com essa crescente do desmatamento, você tem a vazão dessas áreas e, cada vez mais, esses mosquitos têm contato com o humano, permitindo a transmissão da doença. É uma doença potencialmente grave se não for diagnosticada em tempo oportuno e tratada adequadamente”. Primeiros sintomas A infectologista explica que, devido à similaridade de sintomas, alguns pacientes podem confundir a málaria com outras doenças como dengue e chikungunya. “Os primeiros sintomas da malária são, principalmente, febre, dor no corpo e dor de cabeça. Como a gente vive numa região que tem várias outras doenças com sintomas parecidos, isso atrapalha um pouco o diagnóstico, porque vai fazer confusão com outras arboviroses, como a própria dengue, chikungunya, zika. Então, é importante, pra que seja feito o diagnóstico correto, a pessoa referir passeios às cachoeiras, caminhadas na mata ou em região em que esteja circulando a malária, que é o caso desses dois pacientes que foram recém diagnosticados". "É provável que surjam outros pacientes com a mesma patologia. Então, além da febre intensa e da cefaleia também, da dor de cabeça, que é muito importante, a febre tem uma característica particular, que ela é acompanhada de tremores no corpo muito intenso, mais intensos que um calafrio normal. Então, a pessoa sente muita tremedeira no corpo durante a febre com sudorese profunda, a pessoa sua bruscamente, e essa febre vai durar em torno de seis horas. E dificilmente ela vai ceder só com antitérmico. Normalmente, ela dura seis horas e cede espontaneamente com o auxílio de térmico. Aí passa alguns dias sem febre e, daqui a pouco, a febre volta novamente. Acompanhando isso, vai ter palidez, porque vai ter anemia também, e os olhos vão começar a ficar amarelados, por conta da icterícia”. Diagnóstico e tratamento Madruga explica que o início de febre intense após trilhas ou caminhadas em regiões de mata indica que é importante dirigir-se ao serviço médico e já referir o vínculo epidemiológico. “Se você participou de alguma caminhada, alguma trilha dentro de mata fechada, e você começou a sentir febre intensa, é importante se dirigir ao serviço médico e já referir esse vínculo epidemiológico, referir já essa exposição. Que diante dessa exposição o médico vai poder fazer a suspeita da malária e, assim, providenciar o exame diagnóstico, que é um exame que é feito de forma rápida, que é o exame da gota espessa, exame que coleta sangue da ponta do dedo, então é feito sem muita dificuldades", disse. "Ou em alguns locais pode ser feito o teste rápido para malária, que também o sangue coletado da ponta do dedo e que sai o resultado bastante rápido. Então, o mais importante é ter a suspeita diagnóstica. Se você tem essa febre com tremores e dor no corpo e uma história de ter andado por cachoeiras, por trilhas, adentrado em mata fechada, então a suspeição diagnóstica vai ser mais direcionada e o médico vai poder solicitar o exame adequadamente. Se for confirmado, é iniciar o tratamento”. Assista a mais notícias sobre o Alto Tietê
Alto Tietê teve dois casos confirmados da doença em dezembro. Clarissa Madruga, infectologista e professora de Medicina do Centro Universitário Unipê, explica como a doença se desenvolve no paciente diagnosticado. Dois residentes do Alto Tietê contraem malária O Parque Estadual da Serra do Mar, que possui trechos em cidades do Alto Tietê, faz parte do corredor de arboviroses. Possivelmente, os dois moradores da região que tiveram casos confirmados de malária em dezembro, um de Mogi das Cruzes e o outro de Suzano, contraíram a doença após passarem pelo local. ✅ Clique para seguir o canal do g1 Mogi das Cruzes e Suzano no WhatsApp No verão, muitas pessoas recorrem às cachoeiras da serra do mar, mesmo sendo proibido entrar no local. Clarissa Madruga, infectologista e professora de Medicina do Centro Universitário Unipê, orienta sobre os principais sintomas e o diagnóstico da doença. Dois casos de malária são confirmados no Alto Tietê Nove países devem se livrar da malária em 2020 Getty Images O que é malária? Madruga explica que a malária é uma arbovirose, ou seja, doenças causadas por vírus transmitidos, principalmente, por mosquitos. Por isso, ainda segundo a infectologista, o desmatamento e entrada em regiões de mata que não devem ser acessadas é uma das causas do surgimento de casos de malária. “A malária é transmitida pela picada de um inseto que costuma habitar em áreas de mata ou em áreas de mata próximo a residências que foram recém construídas em mata recém desmatada. Então, nessas áreas de mata fechada, onde têm essas cachoeiras, é muito comum haver o mosquito transmissor da malária. E com essa crescente do desmatamento, você tem a vazão dessas áreas e, cada vez mais, esses mosquitos têm contato com o humano, permitindo a transmissão da doença. É uma doença potencialmente grave se não for diagnosticada em tempo oportuno e tratada adequadamente”. Primeiros sintomas A infectologista explica que, devido à similaridade de sintomas, alguns pacientes podem confundir a málaria com outras doenças como dengue e chikungunya. “Os primeiros sintomas da malária são, principalmente, febre, dor no corpo e dor de cabeça. Como a gente vive numa região que tem várias outras doenças com sintomas parecidos, isso atrapalha um pouco o diagnóstico, porque vai fazer confusão com outras arboviroses, como a própria dengue, chikungunya, zika. Então, é importante, pra que seja feito o diagnóstico correto, a pessoa referir passeios às cachoeiras, caminhadas na mata ou em região em que esteja circulando a malária, que é o caso desses dois pacientes que foram recém diagnosticados". "É provável que surjam outros pacientes com a mesma patologia. Então, além da febre intensa e da cefaleia também, da dor de cabeça, que é muito importante, a febre tem uma característica particular, que ela é acompanhada de tremores no corpo muito intenso, mais intensos que um calafrio normal. Então, a pessoa sente muita tremedeira no corpo durante a febre com sudorese profunda, a pessoa sua bruscamente, e essa febre vai durar em torno de seis horas. E dificilmente ela vai ceder só com antitérmico. Normalmente, ela dura seis horas e cede espontaneamente com o auxílio de térmico. Aí passa alguns dias sem febre e, daqui a pouco, a febre volta novamente. Acompanhando isso, vai ter palidez, porque vai ter anemia também, e os olhos vão começar a ficar amarelados, por conta da icterícia”. Diagnóstico e tratamento Madruga explica que o início de febre intense após trilhas ou caminhadas em regiões de mata indica que é importante dirigir-se ao serviço médico e já referir o vínculo epidemiológico. “Se você participou de alguma caminhada, alguma trilha dentro de mata fechada, e você começou a sentir febre intensa, é importante se dirigir ao serviço médico e já referir esse vínculo epidemiológico, referir já essa exposição. Que diante dessa exposição o médico vai poder fazer a suspeita da malária e, assim, providenciar o exame diagnóstico, que é um exame que é feito de forma rápida, que é o exame da gota espessa, exame que coleta sangue da ponta do dedo, então é feito sem muita dificuldades", disse. "Ou em alguns locais pode ser feito o teste rápido para malária, que também o sangue coletado da ponta do dedo e que sai o resultado bastante rápido. Então, o mais importante é ter a suspeita diagnóstica. Se você tem essa febre com tremores e dor no corpo e uma história de ter andado por cachoeiras, por trilhas, adentrado em mata fechada, então a suspeição diagnóstica vai ser mais direcionada e o médico vai poder solicitar o exame adequadamente. Se for confirmado, é iniciar o tratamento”. Assista a mais notícias sobre o Alto Tietê