Mãe acusa pediatra de agressão em hospital infantil e médica nega: 'ela agride a equipe inteira'
Após um desentendimento com a pediatra e gerente-geral da unidade Socorro Elizabeth Rodrigues, ambas registraram boletim de ocorrência. Médica nega ter cometido agressões e diz que Aline constantemente se envolve em confusões com profissionais de saúde. Aline Costa aparece com criança no colo enquanto alega ter sido agredida pela gerente-geral da unidade Reprodução Uma confusão foi registrada no Hospital da Criança, em Rio Branco nessa segunda-feira (13) após a mãe de uma paciente discutir com a gerente-geral da unidade. Aline Costa, mãe de Manuela, de um ano e 10 meses, diz ter sido agredida pela pediatra Socorro Elizabeth Rodrigues, que também é gerente geral da unidade, ao buscar atendimento. A médica nega qualquer agressão. (Confira o posicionamento dela abaixo) Um vídeo publicado por Aline em uma rede social mostra a mãe com a criança no colo, sendo afastada da gerente-geral por um servidor da unidade, enquanto afirma ter sido agredida. As imagens não mostram agressões da médica nem de Aline. “Gente, eu fui agredida com minha filha nos braços”, diz a legenda. Vídeo mostra confusão entre mãe de paciente e gerente-geral de hospital infantil no AC Em outra postagem, Aline mostra uma marca no braço que se assemelha a um arranhão. “A médica chefe veio pra cima de mim com tudo”, afirma. O g1 entrou em contato com Aline para ouvi-la sobre o relato, mas ela apenas informou à reportagem que registrou boletim de ocorrência contra a profissional na Delegacia de Flagrantes (Defla) da capital acreana. A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) divulgou nota informando que todas as providências administrativas foram tomadas e que o caso está sendo apurado. "No caso específico, ressalte-se que inexistiu, por parte da equipe de saúde, falta ou negligência de atendimento à paciente. Pelo contrário, a criança tem sido acompanhada há vários meses no Sistema Público de Saúde e vem realizando consultas e exames rotineiramente." Aline também publicou imagem que mostra uma marca semelhante a um arranhão no braço Reprodução Criança não tem diagnóstico Aline compartilha através das redes sociais a busca por um diagnóstico para o quadro da filha, que, segundo ela, sente vários sintomas e tem crises de dores, e constantemente precisa de internações e atendimento médico. A família chegou a iniciar uma campanha de arrecadação para ir à cidade de São Paulo em busca de mais exames. De acordo com as postagens da mãe, a menina já teve convulsões, gastroenterite, vômito, bronquite, e pneumonia. “Se ninguém olha por mim, Deus olhará. Cansei de ficar pra cima e pra baixo com minha filha sempre doente e sem ter resposta nenhuma, não quero mas ficar aqui, não quero mas ficar esperando”, diz uma publicação. Um outro vídeo, publicado ainda na segunda, mostra uma conversa entre Aline e um profissional de saúde cujo rosto não é mostrado. Aline questiona a falta de apoio para buscar atendimento fora do estado. O servidor tenta explicar para a mãe que, para solicitar atendimento pelo Tratamento Fora de Domicílio (TFD), ela precisaria de encaminhamento médico, e que os exames feitos pela criança ainda não indicaram nenhum problema específico. Aline retruca, e afirma que a criança precisa de exames mais complexos. "Todos os exames feitos são simples; exames de sangue, raio-X, não vão encontrar nada mesmo. Agora que passaram algo mais complexo e a ressonância que ela fez ainda não vi o resultado e estou com ela sofrendo em casa. Ela sente dor, vomita, quando ela se irrita me morde. Em um momento, ela está perfeita, brincando, e do nada ela se transforma, vira outra criança. Todos os médicos estão a par disso", diz um trecho da gravação. 'Confusões recorrentes' A gerente-geral da unidade acusada de agressão nega que tenha ferido Aline e diz que a mulher se envolve em confusões recorrentes e age com agressividade contra vários médicos. Socorro também registrou um boletim de ocorrência e fez exame de corpo de delito. “Eu sou pediatra há 30 anos, tenho uma história nesse Acre e não é de agressão, é de defesa de pacientes, de lutar pelos pacientes. Nunca cruzei os braços ao ver uma criança ser maltratada, e talvez por isso eu fique tão exposta, porque eu não vou me acovardar. Ela não me bateu porque eu segurei a mão dela. O que você vê no vídeo é apenas eu segurando a mão dela, porque ela tentou me bater, com a criança no colo”, relata. Nessa segunda, de acordo com Socorro, a discussão ocorreu após uma conversa sobre a aplicação de um remédio contra dores para a criança. A pediatra disse ao g1 que falava com uma irmã de Aline, que pediu a aplicação do remédio. A médica então recomendou que fosse utilizado medicamento em gotas. Nesse momento Aline entrou na conversa e questionou. “A gente estava reunido com o Conselho Tutelar para discutir essa situação, porque estamos preocupados com a criança, já que com essa agressividade, não conseguimos avançar na investigação. Quando fomos sair de lá, a irmã dela perguntou se poderíamos dar dipirona
Após um desentendimento com a pediatra e gerente-geral da unidade Socorro Elizabeth Rodrigues, ambas registraram boletim de ocorrência. Médica nega ter cometido agressões e diz que Aline constantemente se envolve em confusões com profissionais de saúde. Aline Costa aparece com criança no colo enquanto alega ter sido agredida pela gerente-geral da unidade Reprodução Uma confusão foi registrada no Hospital da Criança, em Rio Branco nessa segunda-feira (13) após a mãe de uma paciente discutir com a gerente-geral da unidade. Aline Costa, mãe de Manuela, de um ano e 10 meses, diz ter sido agredida pela pediatra Socorro Elizabeth Rodrigues, que também é gerente geral da unidade, ao buscar atendimento. A médica nega qualquer agressão. (Confira o posicionamento dela abaixo) Um vídeo publicado por Aline em uma rede social mostra a mãe com a criança no colo, sendo afastada da gerente-geral por um servidor da unidade, enquanto afirma ter sido agredida. As imagens não mostram agressões da médica nem de Aline. “Gente, eu fui agredida com minha filha nos braços”, diz a legenda. Vídeo mostra confusão entre mãe de paciente e gerente-geral de hospital infantil no AC Em outra postagem, Aline mostra uma marca no braço que se assemelha a um arranhão. “A médica chefe veio pra cima de mim com tudo”, afirma. O g1 entrou em contato com Aline para ouvi-la sobre o relato, mas ela apenas informou à reportagem que registrou boletim de ocorrência contra a profissional na Delegacia de Flagrantes (Defla) da capital acreana. A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) divulgou nota informando que todas as providências administrativas foram tomadas e que o caso está sendo apurado. "No caso específico, ressalte-se que inexistiu, por parte da equipe de saúde, falta ou negligência de atendimento à paciente. Pelo contrário, a criança tem sido acompanhada há vários meses no Sistema Público de Saúde e vem realizando consultas e exames rotineiramente." Aline também publicou imagem que mostra uma marca semelhante a um arranhão no braço Reprodução Criança não tem diagnóstico Aline compartilha através das redes sociais a busca por um diagnóstico para o quadro da filha, que, segundo ela, sente vários sintomas e tem crises de dores, e constantemente precisa de internações e atendimento médico. A família chegou a iniciar uma campanha de arrecadação para ir à cidade de São Paulo em busca de mais exames. De acordo com as postagens da mãe, a menina já teve convulsões, gastroenterite, vômito, bronquite, e pneumonia. “Se ninguém olha por mim, Deus olhará. Cansei de ficar pra cima e pra baixo com minha filha sempre doente e sem ter resposta nenhuma, não quero mas ficar aqui, não quero mas ficar esperando”, diz uma publicação. Um outro vídeo, publicado ainda na segunda, mostra uma conversa entre Aline e um profissional de saúde cujo rosto não é mostrado. Aline questiona a falta de apoio para buscar atendimento fora do estado. O servidor tenta explicar para a mãe que, para solicitar atendimento pelo Tratamento Fora de Domicílio (TFD), ela precisaria de encaminhamento médico, e que os exames feitos pela criança ainda não indicaram nenhum problema específico. Aline retruca, e afirma que a criança precisa de exames mais complexos. "Todos os exames feitos são simples; exames de sangue, raio-X, não vão encontrar nada mesmo. Agora que passaram algo mais complexo e a ressonância que ela fez ainda não vi o resultado e estou com ela sofrendo em casa. Ela sente dor, vomita, quando ela se irrita me morde. Em um momento, ela está perfeita, brincando, e do nada ela se transforma, vira outra criança. Todos os médicos estão a par disso", diz um trecho da gravação. 'Confusões recorrentes' A gerente-geral da unidade acusada de agressão nega que tenha ferido Aline e diz que a mulher se envolve em confusões recorrentes e age com agressividade contra vários médicos. Socorro também registrou um boletim de ocorrência e fez exame de corpo de delito. “Eu sou pediatra há 30 anos, tenho uma história nesse Acre e não é de agressão, é de defesa de pacientes, de lutar pelos pacientes. Nunca cruzei os braços ao ver uma criança ser maltratada, e talvez por isso eu fique tão exposta, porque eu não vou me acovardar. Ela não me bateu porque eu segurei a mão dela. O que você vê no vídeo é apenas eu segurando a mão dela, porque ela tentou me bater, com a criança no colo”, relata. Nessa segunda, de acordo com Socorro, a discussão ocorreu após uma conversa sobre a aplicação de um remédio contra dores para a criança. A pediatra disse ao g1 que falava com uma irmã de Aline, que pediu a aplicação do remédio. A médica então recomendou que fosse utilizado medicamento em gotas. Nesse momento Aline entrou na conversa e questionou. “A gente estava reunido com o Conselho Tutelar para discutir essa situação, porque estamos preocupados com a criança, já que com essa agressividade, não conseguimos avançar na investigação. Quando fomos sair de lá, a irmã dela perguntou se poderíamos dar dipirona para a menina, e eu disse que sim, mas achei que seria melhor fazer em gotas. A criança já vinha de atendimento em outra unidade, e eu fiquei com pena, não queria que ela fosse furada mais uma vez. Quando eu falei isso, a Aline entrou e disse: ‘Se fosse para fazer gotinha, faria em casa’”, conta. A médica alega ainda que Aline costuma interferir nos procedimentos e que não considera as opiniões médicas. “A Aline já vem dando problemas em todas as internações. Ela agride a equipe, agride a enfermagem e técnicos. Um exemplo: se a criança vomita, ela já começa a gritar de lá. Diz que a filha está morrendo, que ninguém a vê. Um vômito já é motivo para gritar com o hospital inteiro. A menina ainda não tem um diagnóstico. A primeira vez, ela levou a criança por causa de vômito, que realmente estava, nessa segunda vez, ela alegou dor. A menina tem um ano e 10 meses, os exames ainda não acharam nada. Mas ela quer dizer os exames que devem ser feitos, que alguém disse para ela” CRM repudia Com a repercussão do caso, o Conselho Regional de Medicina do Acre (CRM-AC) divulgou uma nota na qual repudia agressões contra a pediatra, e diz que a violência não pode ser tolerada em unidades hospitalares. “O lamentável evento suscita profunda preocupação sobre a segurança e integridade dos profissionais de saúde no exercício de suas funções”, diz um trecho do texto. (Confira abaixo a íntegra da nota) A publicação também destaca o histórico de desentendimentos em hospitais envolvendo Aline, e que o Conselho Tutelar foi acionado. “Informamos também que a Dra. Socorro Elizabeth Rodrigues de Souza registrou boletim de ocorrência contra a mulher, e o Conselho Tutelar foi acionado, para que sejam tomadas as devidas providências diante das repetidas interferências dessa pessoa contra as orientações médicas. O CRM-AC coloca-se à disposição para prestar apoio à Dra. Socorro Elizabeth Rodrigues de Souza”, acrescenta o CRM. Nota do CRM-AC O Conselho Regional de Medicina do Acre (CRM-AC) expressa veemente repúdio às agressões perpetradas contra a médica pediatra, Dra. Socorro Elizabeth Rodrigues de Souza, no Hospital da Criança, nesta segunda-feira (13). O lamentável evento suscita profunda preocupação sobre a segurança e integridade dos profissionais de saúde no exercício de suas funções. Reiteramos que a violência não pode ser tolerada em ambientes hospitalares, onde o foco deve ser o cuidado e a busca por soluções para a saúde dos pacientes. O CRM-AC solidariza-se com a Dra. Socorro Elizabeth Rodrigues de Souza e ressalta que os profissionais médicos não devem ser penalizados ou submetidos a agressões devido às limitações estruturais das unidades de saúde. Repudiamos veementemente qualquer ato de violência contra os médicos, que dedicam suas vidas à promoção da saúde e ao bem-estar da população. Neste momento, é imperativo que as autoridades competentes conduzam uma investigação sobre o caso. Além disso, destacamos que a pessoa envolvida já apresenta histórico recorrente de comportamento agressivo contra profissionais de saúde, com múltiplos registros de denúncias. É fundamental respeitar o ato médico e a autonomia profissional, visto que a médica, após avaliação clínica, deu alta para a criança, que se encontrava clinicamente estável, com todas as condições para receber alta. Informamos também que a Dra. Socorro Elizabeth Rodrigues de Souza registrou boletim de ocorrência contra a mulher, e o Conselho Tutelar foi acionado, para que sejam tomadas as devidas providências diante das repetidas interferências dessa pessoa contra as orientações médicas. O CRM-AC coloca-se à disposição para prestar apoio à Dra. Socorro Elizabeth Rodrigues de Souza. Leuda Maria da Silva Dávalos Presidente do CRM-AC VÍDEOS: g1