Denúncia expõe internações improvisadas e falta de insumos e medicamentos no PSM do Guamá, em Belém
Profissionais da saúde e pacientes apontam irregularidades no hospital. MPPA foi acionado. Pronto Socorro Municipal do Guamá, em Belém. Reprodução / Agência Belém Profissionais da área da saúde reclamam da falta de estrutura e da precariedade no Hospital Pronto Socorro do Guamá, em Belém. As dificuldades incluem a falta de leitos, de macas e até de medicamentos. A situação foi levada ao conhecimento do Ministério Público do Pará (MPPA). Um relatório apresentado ao órgão ministerial expõe, entre outras situações, a superlotação e a falta de leitos, deixa por dias pacientes em internações improvisadas e há ausência de insumos, instrumentais e medicações suficientes para a prestação de assistência à população. Compartilhe esta notícia no WhatsApp Compartilhe esta notícia no Telegram A área da unidade de saúde que deveria ser usado só para circulação de pessoas foi tomado por macas. Alguns pacientes, ficaram no chão gelado, com seus acompanhantes. A cena é comum segundo os pacientes do hospital Humberto Maradei Pereira, conhecido como PSM do Guamá. O hospital foi inaugurado em junho de 2021, com objetivo de otimizar e humanizar a assistência à saúde aos casos de urgência e emergência. São realizados cerca de 400 atendimentos por dia, mas segundo pacientes e funcionários, o hospital não oferece condições de saúde para quem precisa, e nem de trabalho para profissionais que atuam no local. Uma técnica de enfermagem, que prefere não ser identificada, relata dificuldades no dia a dia do exercício da função. "O hospital não dá condições de trabalho para ninguém. Muitas vezes para passar uma sonda, para fazer um curativo, tem que fazer no corredor, sabe? É uma coisa assim absurda!". "A medicação básica não faltava dentro do hospital. Hoje, nem o médico prescrevendo uma dipirona, a medicação vem, nem sempre a medicação vem". O Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem dos municípios de Belém, Ananindeua e Marituba (Sate-Pará) disse que tentou em novembro de 2022 solucionar as questões junto à diretoria do PSM, mas sem mudanças. Na última semana, foi feita uma denúncia junto ao MPPA. "Como foram muitas as denúncias, as queixas, procuramos também o Conselho Regional de Enfermagem", afirma Marli Groeff, presidente do Sate-Pará. "Há risco grande contaminação. Os pacientes não tem sequer leitos", afirma Groeff. O número de profissionais que atuam no hospital seria insuficiente diante da grande demanda da unidade, que além da capital também atende a pacientes na região metropolitana e até de outros municípios. A sobrecarga somada à falta de um local adequado para repouso estaria refletindo também na saúde dos trabalhadores. "A gente trabalha com número reduzido de funcionários. A maioria das pessoas tira extensão de carga horária e não é o suficiente. Ela não supre, a extensão de carga horária que é disponibilizada pro hospital ela não supre a necessidade do hospital. Os colegas estão adoecendo. Hoje em dia, tanto funcionário, quanto paciente, em vez de ser cuidado, ele adoece", afirma funcionária. Foram solicitadas uma série de medidas por parte do MPPA e do Coren, entre elas uma fiscalização urgente e sem aviso prévio em todos os setores do hospital. "Eu espero que mude alguma coisa. Eu tenho assim um pingo, um pouquinho só de esperança. Pelo menos durante esses anos todos eu nunca vi prefeitura ser punida pela forma que ela trata o paciente", afirma a servidora. O que dizem os órgãos responsáveis A Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) de Belém declarou que o PSM do Guamá, "eventualmente, enfrenta situações de pico no atendimento, mas todos os pacientes estão acomodados e recebendo cuidados dos profissionais". Quanto à suposta ausência de insumos e medicações, a Sesma afirmou que "é mantida rotina de reposição semanal, com imediato reabastecimento em casos de baixo estoque. Por telefone, o Conselho Regional de Enfermagem disse que ainda não havia recebido notificação por parte do MPPA, nem denúncias de servidores do PSM do Guamá. Já o Conselho Regional de Medicina (CRM-PA) afirma que realizou visita técnica ao Pronto Socorro do Guamá e produziu relatório apontando irregularidades e falhas de atendimento no local. Ainda segundo o CRM, está prevista nova visita técnica ao PSM do Guamá ainda no primeiro trimestre do ano. O MPPA ainda não havia se manifestado até a publicação da reportagem. VÍDEOS: veja todas as notícias do Pará Leia as últimas notícias do estado no g1 Pará
Profissionais da saúde e pacientes apontam irregularidades no hospital. MPPA foi acionado. Pronto Socorro Municipal do Guamá, em Belém. Reprodução / Agência Belém Profissionais da área da saúde reclamam da falta de estrutura e da precariedade no Hospital Pronto Socorro do Guamá, em Belém. As dificuldades incluem a falta de leitos, de macas e até de medicamentos. A situação foi levada ao conhecimento do Ministério Público do Pará (MPPA). Um relatório apresentado ao órgão ministerial expõe, entre outras situações, a superlotação e a falta de leitos, deixa por dias pacientes em internações improvisadas e há ausência de insumos, instrumentais e medicações suficientes para a prestação de assistência à população. Compartilhe esta notícia no WhatsApp Compartilhe esta notícia no Telegram A área da unidade de saúde que deveria ser usado só para circulação de pessoas foi tomado por macas. Alguns pacientes, ficaram no chão gelado, com seus acompanhantes. A cena é comum segundo os pacientes do hospital Humberto Maradei Pereira, conhecido como PSM do Guamá. O hospital foi inaugurado em junho de 2021, com objetivo de otimizar e humanizar a assistência à saúde aos casos de urgência e emergência. São realizados cerca de 400 atendimentos por dia, mas segundo pacientes e funcionários, o hospital não oferece condições de saúde para quem precisa, e nem de trabalho para profissionais que atuam no local. Uma técnica de enfermagem, que prefere não ser identificada, relata dificuldades no dia a dia do exercício da função. "O hospital não dá condições de trabalho para ninguém. Muitas vezes para passar uma sonda, para fazer um curativo, tem que fazer no corredor, sabe? É uma coisa assim absurda!". "A medicação básica não faltava dentro do hospital. Hoje, nem o médico prescrevendo uma dipirona, a medicação vem, nem sempre a medicação vem". O Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem dos municípios de Belém, Ananindeua e Marituba (Sate-Pará) disse que tentou em novembro de 2022 solucionar as questões junto à diretoria do PSM, mas sem mudanças. Na última semana, foi feita uma denúncia junto ao MPPA. "Como foram muitas as denúncias, as queixas, procuramos também o Conselho Regional de Enfermagem", afirma Marli Groeff, presidente do Sate-Pará. "Há risco grande contaminação. Os pacientes não tem sequer leitos", afirma Groeff. O número de profissionais que atuam no hospital seria insuficiente diante da grande demanda da unidade, que além da capital também atende a pacientes na região metropolitana e até de outros municípios. A sobrecarga somada à falta de um local adequado para repouso estaria refletindo também na saúde dos trabalhadores. "A gente trabalha com número reduzido de funcionários. A maioria das pessoas tira extensão de carga horária e não é o suficiente. Ela não supre, a extensão de carga horária que é disponibilizada pro hospital ela não supre a necessidade do hospital. Os colegas estão adoecendo. Hoje em dia, tanto funcionário, quanto paciente, em vez de ser cuidado, ele adoece", afirma funcionária. Foram solicitadas uma série de medidas por parte do MPPA e do Coren, entre elas uma fiscalização urgente e sem aviso prévio em todos os setores do hospital. "Eu espero que mude alguma coisa. Eu tenho assim um pingo, um pouquinho só de esperança. Pelo menos durante esses anos todos eu nunca vi prefeitura ser punida pela forma que ela trata o paciente", afirma a servidora. O que dizem os órgãos responsáveis A Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) de Belém declarou que o PSM do Guamá, "eventualmente, enfrenta situações de pico no atendimento, mas todos os pacientes estão acomodados e recebendo cuidados dos profissionais". Quanto à suposta ausência de insumos e medicações, a Sesma afirmou que "é mantida rotina de reposição semanal, com imediato reabastecimento em casos de baixo estoque. Por telefone, o Conselho Regional de Enfermagem disse que ainda não havia recebido notificação por parte do MPPA, nem denúncias de servidores do PSM do Guamá. Já o Conselho Regional de Medicina (CRM-PA) afirma que realizou visita técnica ao Pronto Socorro do Guamá e produziu relatório apontando irregularidades e falhas de atendimento no local. Ainda segundo o CRM, está prevista nova visita técnica ao PSM do Guamá ainda no primeiro trimestre do ano. O MPPA ainda não havia se manifestado até a publicação da reportagem. VÍDEOS: veja todas as notícias do Pará Leia as últimas notícias do estado no g1 Pará