Cientistas acham provável gatilho para a esclerose lateral amiotrófica
Cientistas do Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociência (IoPPN) do King’s College London, na Inglaterra, identificaram um novo biomarcador para a esclerose lateral amiotrófica (ELA). A descoberta, publicada na revista Nature Communications nesta terça-feira (22/11), sugere o que pode ser um provável gatilho da doença e abre uma nova gama de possibilidades de tratamento.
De acordo com o estudo inglês, a perda da proteína de processamento de RNA (a SFPQ) em neurônios motores resulta na destruição do axônio – a parte do neurônio responsável pela conexão e comunicação com o resto do corpo – e, em seguida, na morte da célula nervosa.
A partir da análise da estrutura do peixe-zebra (Danio rerio), os pesquisadores conseguiram explorar o que ocorre dentro dos neurônios motores com carência da proteína SFPQ antes de eles se degenerarem.
Eles descobriram que os RNAs mensageiros (mRNAs) regulados pela proteína SFPQ são apenas parcialmente editados e ficam cortados, mas não são degradados. Ao invés disso, eles se posicionam e se acumulam nos axônios, interferindo em sua função.
É a primeira vez que um estudo mostra a cascata de eventos moleculares em axônios desencadeados pela perda da proteína SFPQ, fortemente associada à ELA.
“Encontrar as mesmas anormalidades de mRNA no mutante SFPQ do peixe-zebra e nos neurônios de pacientes com ELA está abrindo um novo caminho na compreensão do processo neurodegenerativo”, explicou a professora de neurobiologia do desenvolvimento do IoPPN, Corinne Houart, à agência de notícias do King’s College London.
Corinne ensina que o controle da diversidade de mRNA nos axônios é essencial para a saúde dos neurônios. “Descobrir as mudanças locais na regulação do mRNA em neurônios afetados pelo envelhecimento ou distúrbios neurológicos proporcionará um grande progresso na resolução desses problemas”, afirma.
ELA
A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é uma das principais doenças neurodegenerativas, ao lado do Parkinson e Alzheimer. Ela afeta o sistema nervoso de forma degenerativa e progressiva, acarretando em paralisia motora gradual e irreversível e morte precoce, como resultado da perda de capacidades de fala, movimentação, deglutição e respiração.
Fonte: https://www.metropoles.com/saude/cientistas-acham-provavel-gatilho-para-a-esclerose-lateral-amiotrofica