ANTES E DEPOIS: vídeos e fotos mostram a vila que foi engolida por areia no ES; até cemitério foi revirado
O Globo Repórter desta sexta-feira (5) foi até a antiga Vila de Itaúnas, onde viviam cerca de 400 famílias. A equipe encontrou tijolos de construções e ossos espalhados. ANTES E DEPOIS: vídeos e fotos mostram a vila que foi engolida por areia no ES; até cemitério foi revirado O Globo Repórter desta sexta-feira (5) fez uma expedição pelo litoral do Espírito Santo. A equipe foi até a antiga Vila de Itaúnas, onde viviam cerca de 400 famílias. No embalo do progresso dos anos 40, a região crescia consumindo a floresta de restinga ao redor. A mata encolheu e a areia avançou. “Quando se retira madeira para uso em um fogão a lenha, ou mesmo limpeza de áreas para passagem e construção, por falta da vegetação, o vento carrega essas areias. Quando a vila perdeu essa proteção, ela foi soterrada”, explica o agente de desenvolvimento ambiental do parque, Gustavo Rosa. Fotos mostram o antes e o depois da região. Veja no vídeo acima. “É um exemplo do que não se deve fazer com o meio ambiente”, enfatiza Gustavo. A antiga vila hoje é tomada pelas dunas. “Hoje a gente tem uma beleza cênica maravilhosa aqui, mas com muita história, memória e cultura envolvida com isso”, comenta Juliana Coura Rocha, Gestora do Parque Estadual de Itaúnas. LEIA TAMBÉM Areias monazíticas com propriedades terapêuticas em praias do ES podem ajudar a prevenir até câncer; entenda Areias monazíticas: Além de Guarapari, outra praia do ES é alvo de estudo para provar potenciais terapêuticos Foto moto antes e depois da vila que foi engolida por areia no ES Reprodução/TV Globo No local, a reportagem encontrou tijolos de construções e ossos espalhados. Até o cemitério foi revirado. “Foi um processo gradual ao longo de 30 anos, mas havia momentos em que a areia avançava mais. Pessoas que acordavam de manhã e não conseguiam nem abrir a porta da sua casa”, ressalta o agente de desenvolvimento ambiental. Ossos espelhados em antiga Vila de Itaúnas no ES Reprodução/TV Globo Gustavo mostrou uma imagem que diz ser a última família que saiu da vila antiga em 1972. Veja a imagem abaixo. Foto da última família a deixar a antiga Vila de Itaúnas, em 1972 Reprodução/TV Globo Uma casa mais afastada é a última em pé, resistindo ao tempo e ao vento. O homem que viveu nela até 2006 era conhecido na região como Seu Tamandaré, mas, o nome dele era Carlos Bonela. Ali, ele fazia a farinha de mandioca, o principal produto da antiga Vila de Itaúnas. Casa mais afastada é a última em pé em vila soterra por areias no ES Reprodução/TV Globo A nova Vila e as lembranças do passado soterrado A nova vila nasceu do outro lado do rio, em meio ao verde protegido pelo parque estadual. Para Ângelo Camillo, "Seu Caboquinho", de 84 anos, a saudade ficou embaixo da areia. Ele era menino quando os pais fizeram a mudança. “Você desmanchava de lá e trazia para aqui. As madeiras, as tábuas. Naquele tempo, não existia piso, era casa de assoalho. Pela minha infância, lá para mim era melhor porque a família nunca esquece”, relembra Seu Caboquinho. A antiga vila de Itaúnas Reprodução/TV Globo Seu Caboquinho ressalta que seu passado está outro lado do rio de Itaúnas, embaixo da areia. “Meus avós, meus tios, minhas tias, estão todos ali, enterrados. Divide a minha vida aqui”, ressalta. Vila Reprodução/TV Globo Veja a íntegra do programa abaixo: Globo Repórter – litoral do ES – 05/07/2024 Confira as últimas reportagens do Globo Repórter: A
O Globo Repórter desta sexta-feira (5) foi até a antiga Vila de Itaúnas, onde viviam cerca de 400 famílias. A equipe encontrou tijolos de construções e ossos espalhados. ANTES E DEPOIS: vídeos e fotos mostram a vila que foi engolida por areia no ES; até cemitério foi revirado O Globo Repórter desta sexta-feira (5) fez uma expedição pelo litoral do Espírito Santo. A equipe foi até a antiga Vila de Itaúnas, onde viviam cerca de 400 famílias. No embalo do progresso dos anos 40, a região crescia consumindo a floresta de restinga ao redor. A mata encolheu e a areia avançou. “Quando se retira madeira para uso em um fogão a lenha, ou mesmo limpeza de áreas para passagem e construção, por falta da vegetação, o vento carrega essas areias. Quando a vila perdeu essa proteção, ela foi soterrada”, explica o agente de desenvolvimento ambiental do parque, Gustavo Rosa. Fotos mostram o antes e o depois da região. Veja no vídeo acima. “É um exemplo do que não se deve fazer com o meio ambiente”, enfatiza Gustavo. A antiga vila hoje é tomada pelas dunas. “Hoje a gente tem uma beleza cênica maravilhosa aqui, mas com muita história, memória e cultura envolvida com isso”, comenta Juliana Coura Rocha, Gestora do Parque Estadual de Itaúnas. LEIA TAMBÉM Areias monazíticas com propriedades terapêuticas em praias do ES podem ajudar a prevenir até câncer; entenda Areias monazíticas: Além de Guarapari, outra praia do ES é alvo de estudo para provar potenciais terapêuticos Foto moto antes e depois da vila que foi engolida por areia no ES Reprodução/TV Globo No local, a reportagem encontrou tijolos de construções e ossos espalhados. Até o cemitério foi revirado. “Foi um processo gradual ao longo de 30 anos, mas havia momentos em que a areia avançava mais. Pessoas que acordavam de manhã e não conseguiam nem abrir a porta da sua casa”, ressalta o agente de desenvolvimento ambiental. Ossos espelhados em antiga Vila de Itaúnas no ES Reprodução/TV Globo Gustavo mostrou uma imagem que diz ser a última família que saiu da vila antiga em 1972. Veja a imagem abaixo. Foto da última família a deixar a antiga Vila de Itaúnas, em 1972 Reprodução/TV Globo Uma casa mais afastada é a última em pé, resistindo ao tempo e ao vento. O homem que viveu nela até 2006 era conhecido na região como Seu Tamandaré, mas, o nome dele era Carlos Bonela. Ali, ele fazia a farinha de mandioca, o principal produto da antiga Vila de Itaúnas. Casa mais afastada é a última em pé em vila soterra por areias no ES Reprodução/TV Globo A nova Vila e as lembranças do passado soterrado A nova vila nasceu do outro lado do rio, em meio ao verde protegido pelo parque estadual. Para Ângelo Camillo, "Seu Caboquinho", de 84 anos, a saudade ficou embaixo da areia. Ele era menino quando os pais fizeram a mudança. “Você desmanchava de lá e trazia para aqui. As madeiras, as tábuas. Naquele tempo, não existia piso, era casa de assoalho. Pela minha infância, lá para mim era melhor porque a família nunca esquece”, relembra Seu Caboquinho. A antiga vila de Itaúnas Reprodução/TV Globo Seu Caboquinho ressalta que seu passado está outro lado do rio de Itaúnas, embaixo da areia. “Meus avós, meus tios, minhas tias, estão todos ali, enterrados. Divide a minha vida aqui”, ressalta. Vila Reprodução/TV Globo Veja a íntegra do programa abaixo: Globo Repórter – litoral do ES – 05/07/2024 Confira as últimas reportagens do Globo Repórter: A